Vinte e cinco anos após o desastre ambiental no manguezal em Mauá, foi inaugurado pela prefeitura de Magé, nesta quarta-feira (30), o Parque Natural Municipal Barão de Mauá, data em que também é celebrado o Dia da Baixada Fluminense. A área, equivalente a 113 campos de futebol, agora abriga uma floresta de mangue recuperada e diversas espécies nativas, proporcionando um novo refúgio para a fauna e flora que retornaram à região. Essa recuperação foi possível graças ao empenho dos próprios pescadores e instituições ambientais.
O trabalho de restauração envolveu a retirada de lixo, o plantio de mudas de mangue-vermelho, branco e negro, e o monitoramento constante do ecossistema. Atualmente, o parque abriga uma rica biodiversidade, com 107 espécies de aves, 21 espécies de mamíferos, 16 espécies de répteis e 11 espécies de crustáceos catalogadas.
“A inauguração do Parque Natural Municipal Barão de Mauá representa uma vitória para o meio ambiente e demonstra o poder da ação humana na recuperação de ecossistemas degradados. Fico extremamente feliz com esse trabalho. O parque, com toda certeza, será mais um atrativo turístico e cultural, entre outros tantos que Magé possui”, destaca o prefeito Renato Cozzolino.
A abertura do parque marca um novo capítulo para a área, que será um espaço de educação ambiental, pesquisa e lazer. Os visitantes poderão desfrutar de uma passarela suspensa com cerca de 1 km de extensão, um deck na praia, um observatório com mais de 11 metros de altura, além de um alojamento para pesquisadores, lanchonete e espaço para exposições.
“Foram quatro anos tirando lixo. Muitos estiveram aqui e saíram, outros desistiram. Foi muita tentativa e erro até fazer o solo desértico aceitar as mudas e ter a floresta que temos hoje. Quando era ministro, Gilberto Gil veio até a região e plantou algumas mudas. Acompanhado de Alfredo Sirkis, eles visitaram a área. O Instituto OndAzul ficou de janeiro de 2001 a julho de 2019 auxiliando no processo de recuperação”, relata Adeimantus Carlos, pescador e vítima do acidente ambiental, que liderou a recuperação da área e hoje está na direção do parque.
Os parceiros dessa jornada serão eternizados no parque: o circuito ambiental levará o nome de Alfredo Sirkis, e Gilberto Gil será homenageado no bosque onde plantou mudas de mangue, contribuindo para a revitalização da área.

Parque é reconhecido como patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico
O Parque Natural Barão de Mauá, em Magé, foi oficialmente reconhecido como patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico do Estado do Rio de Janeiro, conforme a Lei 10.534/2024, de autoria de deputado estadual Vinícius Cozzolino, sancionada em 9 de outubro de 2024. Este reconhecimento é um marco importante para a preservação e valorização do parque, que possui uma rica biodiversidade e atrai moradores, turistas e pesquisadores de todo o mundo.

Área será aberta para visitação do público e pesquisadores
Após a inauguração, o parque está aberto à visitação do público. Além de oferecer uma vista privilegiada da Baía de Guanabara, os visitantes poderão conhecer mais sobre o manguezal, um ecossistema considerado o “pulmão” natural:
As visitações em grupo serão limitadas a 30 pessoas e precisarão ser agendadas pelo e-mail parquebaraodemaua@mage.rj.gov.br.