A Polícia Civil deflagrou, nesta quinta-feira (27), a operação “Refinaria Livre”, voltada a desarticular um esquema de extorsão que vinha atingindo empresas instaladas no entorno da Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Três pessoas foram presas até o momento. A ação é conduzida por equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital, da Baixada Fluminense e da 60ª DP (Campos Elíseos).
Segundo as investigações, companhias da área industrial estavam sendo pressionadas por criminosos a fazer pagamentos periódicos sob ameaça de ataques, paralisação forçada das operações e violência contra funcionários. Relatos e documentos reunidos pelos agentes mostram que, em alguns casos, empresas chegaram a suspender temporariamente suas atividades devido às intimidações.
A polícia aponta que o esquema era liderado por Joab da Conceição Silva, chefe do tráfico na região e integrante do Comando Vermelho, e por um pastor que se apresentava como “líder comunitário”. Ele visitava empresas da área transmitindo exigências atribuídas ao grupo criminoso — desde restrições de circulação de caminhões até interferência direta em contratações. Em um dos casos, uma mulher apontada como companheira de Joab teria sido admitida em uma empresa por imposição.
O pastor já havia sido preso no início do mês, em Betim (MG), quando a polícia apreendeu uma pistola, granadas artesanais, munições e dinheiro. Ele afirmou que levaria os explosivos para ações de intimidação em outra refinaria, em Minas Gerais. No carro, também estava o presidente de uma associação de transportadores de combustível.
A investigação também relaciona Joab a um ataque contra a 60ª DP, em fevereiro deste ano. Mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos para ampliar a coleta de provas e impedir destruição de documentos ou intimidação de testemunhas.
De acordo com a Polícia Civil, o conjunto de depoimentos e a apreensão de artefatos explosivos reforçam a linha de apuração de que o grupo vinha utilizando coerção organizada e sistemática para interferir em atividades econômicas da região. A investigação continua para identificar outros envolvidos no esquema.