Justiça afasta deputada Lucinha (PSD) por ligação com a mílicia

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou por tempo indeterminado a deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha, do PSD, nesta segunda-feira (18). Ela é alvo desde o início da manhã da Operação Batismo, da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de ligação com a milícia do Rio de Janeiro.

As investigações dão conta que a deputada seria uma aliada importante na política da milícia comandada por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, considerada uma das mais poderosas e violentas do Rio e com forte atuação na Zona Oeste, mais precisamente em Campo Grande e Santa Cruz.

Segundos os policiais, Lucinha é considerada pelos milicianos como a “madrinha” da facção criminosa. A deputada é alvo de 8 mandados de busca e apreensão.

Entre os endereços estão o gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, e na casa dela, em Campo Grande. Uma de suas funcionárias, Ariane de Afonso Lima, também foi alvo de buscas.

O presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (PL) já se manifestou sobre o caso.

“Desejo que a deputada consiga esclarecer no seu juízo probatório a inocência dela. Eu acho que a ampla defesa, o contraditório, tem que prevalecer sempre”, disse o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (PL).

“A acusação é muito séria, porque a gente está num combate muito forte com a segurança pública, que está caótica no Rio. A gente está tentando melhorar em esforços conjuntos, não só a Assembleia Legislativa, como também o governador do estado [Cláudio Castro]”, emendou.

Em nota no meio da manhã, a Alerj informou que ainda não tinha recebido o comunicado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro sobre a deputada Lucinha. “Assim que for informada, oficialmente, a Casa tomará as providências cabíveis com base na decisão judicial.”

A deputada Lucinha também está proibida pela Justiça de frequentar as sedes da Alerj — tanto o Palácio Tiradentes quanto o novo prédio da Casa, o Alerjão.