Novos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que cerca de 49 milhões de brasileiros ainda carecem de um sistema de esgoto adequado. Essa proporção representa aproximadamente 24,3% da população nacional e evidencia disparidade relacionadas a aspectos regionais, étnicos e raciais.
De acordo com o IBGE, são 16,4 domicílios onde as pessoas vivem com soluções de esgoto precárias. A “fossa rudimentar ou buraco” era a forma de esgotamento sanitário mais recorrente dessa população, chegando a 19,4%. Na sequência, aparecem o esgotamento por “vala” (1,5%) e o esgotamento por “outra forma” (0,7%).
Ainda de acordo com o Censo de 2022, a maioria dessas desigualdades estão relacionadas a questões regionais, etárias, de cor ou raça. O Sudeste foi a região que apresentou uma parcela maior da população morando em domicílios de coleta de esgoto.
Na contra mão, a região Norte (22,8%) mostrou a menor taxa nesse indicador. Entre as unidades da federação, os destaques no lado positivo e no negativo foram, respectivamente, São Paulo (90,8%) e Amapá (11,0%).
Pessoas pretas, pardas e indígenas tiveram as menores proporções de conexões de rede de serviço sanitário, principalmente na comparação com pessoas brancas e de cor ou raça amarela, como explica o analista do IBGE Bruno Perez.
“Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento. Em todos os 20 municípios brasileiros mais populosos, a população de cor ou raça branca têm mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo do que a população de cor ou raça preta, parda e indígena”, conclui.
Apesar da grande quantidade de pessoas sem esgoto, a rede sanitária no país cresceu 62,5% da população. A proporção aumentou em relação a 2000 (44,4%) e 2010 (52,8%).
Também há um percentual de 13,2% de pessoas que adotaram soluções individuais consideradas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) como “fossa séptica ou fossa filtro”, não ligadas à rede de esgoto.