O Ministério da Saúde instalou nesta quinta-feira (16) um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar e acompanhar ações de resposta à mpox. A doença foi considerada emergência sanitária pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta semana.
De acordo com a virologista Clarissa Damaso, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não há pandemia nem impacto sobre a vida dos brasileiros neste momento. A virologista é uma dos 16 integrantes do comitê da Organização Mundial de Saúde (OMS) que recomendou a declaração de uma emergência de saúde internacional.
A ministra da saúde, Nísia Trindade, também descartou o cenário de “alarme” para o Brasil, e reiterou que o momento é de “alerta”.
“O comitê vai ficar debruçado na análise técnica e também na organização para o acompanhamento dessa emergência. De imediato, quero dizer que não há nenhum caso no país da variante b da Cepa 1 da mpox, que foi a que causou esse surto com maior capacidade de transmissão e gravidade (no mundo)”, explicou Trindade.
Existem duas cepas de mpox, a 1 e a 2, sendo possível variantes, como é o caso da “b”, que originou o alerta mundial. Dados da Saúde apontam que, no Brasil, até o momento, só foi detectada a Cepa 2 nos infectados. Neste ano, o país já registrou 709 casos da doença — número considerado pequeno comparado aos 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença.
Ainda de acordo com a pasta, o perfil de quem teve a doença no país é de pessoas majoritariamente do sexo masculino (91%) com idade entre 19 a 39 anos (70%). Quase a metade (42%) é diagnosticada com HIV ou também com doenças imunossupressoras (34%). A tendência é a mesma para os casos de óbitos. Ao todo, foram registradas 16 mortes pela doença nos últimos dois anos, sendo todos homens e 15 deles, com HIV.